Motivação: que história é essa?

Acordar todos os dias, adotar uma rotina, parece ser bem difícil. Talvez porque acreditemos na ideia muito pronta, pairando no ar dos campos dessa sociedade de que somos livres, escolhemos de forma absoluta, e devemos escolher ser felizes. Impossível que qualquer dessas promessas se realize, mas a produção da frustração é certeira, o que um pouco mais de consumo promete nos livrar, nos tirar do fundo do poço, mesmo que seja o consumo de antidepressivos. Até porque somos levados a pensar que estamos enquadrados, policiados, insuficientes demais. Muito contraditório, não acha? 

Contudo, precisamos nos lembrar de que o ser humano é um animal de hábitos. Isso implica dizer que se torna mais fácil realizar uma tarefa se ela é parte do que fazemos todos os dias. Para o cérebro, esse movimento funciona como uma tarefa a menos com que se preocupar (pré-ocupar). Assim, no piloto automático, escovamos os dentes, tomamos banho, dirigimos. Se, ao contrário disso, tivéssemos que preparar cada uma dessas ações como novidade, fazê-lo demandaria um tempo enorme, cerebral e corporalmente falando. 

É por essa e outras razões que aqui não cabem mencionar que se torna muito interessante criar hábitos. Mas hábitos selecionados a dedo para corresponder ao projeto de pessoa que você quer ver construída e aos resultados que pretende na vida. 

A conversa vai por aqui: já que eles serão criados de fato, é melhor que idetifiquemos aqueles que queremos normalizar. E o segredo está no processo de normalização. Se optamos por deixar ao acaso das circunstâncias o que nos acontece, na esperança de ter uma vida mais criativa, mais inventiva, na verdade, estamos normalizando/fazendo um hábito que é o agir ao sabor dos ventos. 

O que parece romântico em palavras, no entanto, é um caos no dia a dia: nada, ou muito pouco,  sai como gostaríamos, porque não programamos nada. Se calhar, como dizem os portugueses, algo da novidade atende aos nossos desejos. E não podemos nos esquecer: o “sabor dos ventos” é a rotina de outro alguém: dos sites de notícias, das redes sociais, da vontade/veneta/programação do amigo de nos ligar. Isso se torna facilmente em depressão, pouco interesse pelo outro: achamos, ingenuamente, que o acaso fará o que no fundo, no fundo, desejamos. 

Não, o acaso não é O SEU PROJETO, não trará o RESULTADO DOS SEUS DESEJOS. É muito bacana entender-se como o criador – na esfera do possível - dessa criatura maravilhosa que você é, mas para isso precisa tomar as rédeas da sua história. Fazer dos seus projetos o máximo é fazer o que está ao seu alcance para viabilizar o que pretende. Motivação não é a pílula azul ou vermelha do Matrix, mas a cenourinha do amanhã, sejam quais forem os seus sonhos, o que faz você se sentar na cadeira e estudar mais e mais uma vez o assunto que pretende compreender é a esperança de alcançar o que planejou. Nesse sentido, motivação é suor, é a transpiração que te faz criar a rotina adequada para que os seus projetos de vida se realizem com um mínimo de previsibilidade possível.

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